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segunda-feira, 30 de julho de 2012

O Ovo da Serpente - Um filme de Ingmar Bergman


O cenário é Berlim... noite de sábado, 3 de novembro, 1923. Um pacote de cigarro custa 4 bilhões de marcos e quase todos perderam a fé no futuro como no presente.

Do diretor sueco Ingmar Bergman o filme, O Ovo da Serpente (The Serpent's Egg, 1977), trás em seu elenco principal: David Carradine como Abel Rosenberg e Liv Ullmann como Manuela Rosenberg. O filme conta a história de Abel Rosenberg, um judeu americano, trapezista que juntamente com seu irmão, Max (Hans Eichler), faziam números no circo e Manuela Rosenberg, sua ex-cunhada, divorciada há 2 anos de seu irmão. Em busca de melhores condições de vida migram para Berlim até que um acidente no pulso de Max o impossibilitou de continuar trabalhando. Sem trabalho Abel mergulha na bebida, Manuela vai trabalhar em um cabaré e Max comete suicídio. O filme começa com a presença fria e tensa do que está por vir. A miséira, a fome, a pobreza, a prostituição e o advento da Segunda Grande Guerra já se fazia notório. E é neste contexto conturbado que se inicia o filme. Com a morte do seu irmão, Abel vai a procura de Manuela que, logo, o convida para descansar em sua casa. Pela manhã Manuela trabalha num prostíbulo e vive um caso com Hans Vergurus (HeinzBennent), um cientista alemão, e um antigo desafeto de Abel. Manuela, após a morte do seu ex-marido, mergulha em um sentimento de culpa e desespero que a leva a freqüentar nas últimas semanas as missas matinais afim de expiar a dor que tão de perto a persegue. O padre que a recebe percebendo toda a sua aflição a convida para uma breve oração. Eis, então, as palavras do sacerdote carregadas de incerteza, por um tempo marcado de indiferença, e falta de perspectiva no futuro. Paradoxalmente, Bergman parece nos dizer, que não é no Sagrado a que devemos nos apegar, senão no próprio homem e nas relações morais. Assim ele diz: "Nós... nós vivemos tão distantes de Deus que Ele provavelmente não nos ouve quando rogamos por ajuda. Então... precisamos nos ajudar um ao outro o perdão que um Deus distante nos nega". Mas uma vez o diretor, Ingmar Bergman, se
apropria dos elementos religiosos. Referências comuns em seus filmes. E é em meio a esse caos sem Deus que só aumenta, Bergman brilhantemente vai tecendo a morbidez de seus personagens. E um por um ele vai desvelando as suas mais indescritíveis angústias em uma Alemanha paranóica que já vê em seu lider, Adolf Hitler, a possibilidade de uma supremacia ariana. Os ataques aos judeus já se intensificam, as experiências com seres humanos e a manipulação dessa nova ciência macabra é vivenciados por Abel e Manuela que, até certo ponto, se tornam vítimas desse sistema. O Ovo da Serpente é mais um filme grandioso deste excelente diretor. Um filme que mexe com nossos valores, nossa consciência e nos faz pensar sobre a nossa importância na sociedade. Suicídio, abuso de poder, religião, sexualidade e existência sem Deus são um dos principais tópicos que compõe o corpus desta película. Portanto, espero que gostem e até a nossa próxima postagem.

Veja, também:

O Ovo da Serpente (1977) - Trailer Oficial
Ovo da Serpente (1977) - Filme Completo

5 comentários:

  1. Ola caro amigo,filme notável que já havia quase esquecido.Muito bom relembra-lo.Obrigado pela visitinha de felicitações neste meu tão esperado dia.Meu maior abraço.

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  2. Considero um dos filmes mais fracos de Bergman, quando ele estava sendo perseguido pelo fisco de seu país e acabou filmando na Alemanha.

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  3. Oi, Suzane. É um prazer tê-la novamente, aqui.
    **********************************
    Olá, Gilberto. É verdade, amigo. Não um dos melhores dele. Mas, vale a pena conferir. Um abraço...

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Em Pinheiros morava o melhor escritor de todos. Depois eu não sei o que aconteceu com ele. Seu nome era Roberto Silva Dacosta, publicou vários livros. Sempre escrevendo, sentado em um bar. Em papéis amarelos. Naquela época não havia laptops. Os computadores existian. Ele tomava um café e escrevia e nada o distraia. Ele estava em seu próprio mundo.

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