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FlashVortex.com

sábado, 20 de outubro de 2012

Deus da Carnificia - Um filme de Roman Polanski

"Em 11 de janeiro às 14h30... Depois de uma 
disputa verbal no Parque Brooklin Bridge, Zachary Cowan, 
de 11 anos, armado com uma vara, bateu no rosto de nosso filho, Ethan Longstreet".

Baseado em uma peça, Le Dieu du Carnage, de Yasmina Reza, o filme, Deus da Carnificina (Carnage, 2012), do diretor Roman Polanski trás em seu elenco principal: Kate Winslet como Nancy Cowan, Alan Cowan (Christoph Waltz), Jodie Foster no papel de Penelope Longstreet e John C. Reilly como Michael Longstreet. O filme começa com uma cena inicial que mostra a agressão física promovida por Zachary Cowan (Elvis Polanski), de 11 anos, filho do casal Alan e Nancy Cowan, com uma vara em Ethan Longstreet (Eliot Berger) filho do casal Penelope e Michael Longstreet. Michael, forncedor de utilidade doméstica, e Penelope, escritora, resolvem convidar para uma conversar o casal Alan, advogado, e Nancy, corretora de investimento, para resolver de uma maneira 
"civilizada" os problemas decorerentes da confusão que gerou todo esse mau estar. O filme é todo feito dentro de um apartamento que nos leva, inevitavelmente, a uma sensação de confinamento. Os diálogos são vigorosos, ativos e bem pontuais. Com um pouco de humor, ironia e ódio o longa transcorrer sempre com pitadas de falso moralismo. Penolope, a mãe de Ethan, procura sempre usar um tom conciliativo, mas peca por sua sutil e insistente ironia enquanto, Michael, o pai é sonso e sem atitude. Do outro lado temos Alan (insensível, pedante e indisciplinado) e Nancy (um pouco parecida com Penelope em termos concliativo mas, também, agressiva e impaciente). E é nesta áurea que, aos poucos, o filme vai tecendo o  universo hipócrita e a-moral dos indivíduos. Aglomerados em um recinto fechado aos poucos as mascáras vão caindo e se tornando insustentável qualquer falsa aparência de legalismo. Alan, por sua vez, que vive na defensiva do filho, demostra não dá importância a reunião de conciliação e não mede as consequências de
suas palavras quando o assunto é respeito. Há uma cena quando o casal (Alan e Nancy) são servidos com um prato de pão de gengibre. Alan em meio a uma colheadora e outra, diz: "Pelo menos conseguimos uma boa receita com isso". Esta fala, infeliz, de Alan foi só o começo para as "alfinetadas" que Penolope, mãe do suposto filho agredido, vomitaria no casal. Neste interim Penelope sugere um encontro entres os filhos, juntamente, com a presença dos pais e, em seguida, aproveita para chamar o filho do casal de irres-
ponsável quanndo diz: "Se Zachary não aprender a ter responsabilidade por seu atos, só vão ficar se encarando, e será um desastre". Esssa declaração de Penelope só serviu para pôr mais "lenha na fogueira" acirrando, de uma vez por todas, os ânimos que já se
encontravam em "ponto de bala". E a briga que a princípio parecia ser casal contra casal se tornou generalizada em diálogos infindáveis. A reunião de reconciliação virou um campo de guerra. Alan, irôncio como sempre, a respeito do encontro disse: "Sabe, minha esposa teve que me arrastar até aqui". Michael, por sua vez, cansado já de se esconder por trás de um homem bom e pacífico resolve revelar suas verdadeira identidade. E movido, agora, pelas circuns-
tâncias e sob o efeito da bebida ele diz: "Para miim, o casal é a mais terrível provação que Deus nos infligiu. (...) O casal e a família. (...) As crianças sugaram nossa vida e a deixaram desgastada e vazia. É a lei da natureza. Vejam os jovens casais sorridentes até o altar. E só pensamos que não sabem. Os coitados não fazem ideia. Estão felizes. Ninguém te informam disso no começo". Com grande humor Yasmina Reza em sua peça, Le Dieu du Carnage, juntamente com o diretor, Roman Polanski, no filme, O Deus da Carnificina, desconstrói todo arquétipo moralista construído a séculos pela mundo Ocidental representado, aqui, pelos hábitos dos cidadãos nova-iorquinos. O confronto entre o Apolínio e Dionisíaco é um constância em cada cena. A ideia de que não conhecemos ninguém, senão quando passamos a conviver parece ser uma máxima irrefutável. Portanto, espero que tenham gostado. Até a próxima, então.

Deus da Carnificiana (2012) - Trailer Oficial

10 comentários:

  1. Quero muito assistir esse filme. Nunca assisti um filme do Polanski. Nem O Bebê de Rosemary ainda, acredita? Abraços.

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  2. A trama retrata bem o comportamento humano, que nestas situações tende a princípio a mostrar seu melhor lado, ou seja, criar um personagem, mas que aos poucos deixa seu verdadeiro eu vir a tona.

    Considero apenas a parte final um pouco exagerada, numa situação como a do filme, a discussão acabaria um pouco antes, mesmo que fosse na porrada.

    Abraço

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  3. Bem curioso como vc contextualiza a trama dentro da filosofia. Curti demais. Parabéns! Adoro esse filme.

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  4. Ola meu caro amigo,embora o ache um bom diretor,Roman Polanski não frequenta minha praia,por isso não posso dar minha opinião.Adorei tua visitinha,e quero desejar-te um ótimo fim de semana e deixar aqui meu abraço com muito carinho.SU.

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  5. Gosto de Polanski,quer ver este filme, a pequena amostra aguçou devidamente a minha vontade.
    Obrigada,Maxwell, um abraço,
    da Lúcia

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  6. Esse filme é excelente.
    É uma pena que muita gente que eu conheço não tenha gostado muito.
    O blog continua ótimo, Maxwell.

    Abraço!

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  7. Vale a pena oonferir, Iza. Um abraço...
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    Gostei de sua visão, Hugo. Há que se relevar algumas coisas. Um abraço...
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    Obrigado, Celo. Você, irmão, sempre muito presente, aqui. Um abraço...
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    Oi, Suzane. Não deixe de vê-lo. Vale a pena. Um abraço...
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    Oi, Lúcia. Vale a pena vê-l0. Penso que irás gostar. Um abraço...
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    É um filme, realmente, excelente Patrick. É uma pena que as pessoas não tenha entendido a ideia do filme. É uma pena. Um abraço...

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  8. Louca pra assistir à esse filme!
    Li um artigo na revista Filosofia, da editora Escala, em que o colunista Flávio Paranhos comenta sobre nossas concepções pessoais sobre os grupos nos quais estamos inseridos e nossas relações com o "nós" e o "eles" e tem o filme como um ilustração singular para a coluna.
    Xêro pra vc.

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  9. Oi, Priscilla. Esse filme é fantástico. A revista de Filosofia da Ed. Escala tem muitas boas indicações de filmes. É um belo filme, Acredito que você vai gostar. Um abraço...

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  10. Olá Maxuell, faz tempo que não visito alguns blogueiros da net. Valeu a visita lá no blog. Gostei bastante deste filme, nos faz refletir um pouco sobre os relacionamentos familiares.
    Abraços.

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